2010/10/26

Uma Vida Transformada

Texto: 2 Reis 5

             UM HOMEM HONRADO

1.      Naamã, um homem honrado – v. 1

"E NAAMÃ, capitão do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos sírios; e era este homem herói de guerra (valoroso), porém leproso."

a) Honra militar.

·      Ele era comandante de Ban-Hadade, rei de Damasco, capital da Síria.

·      Era o ministro da guerra, comandante e chefe das forças armadas da Síria. Homem corajoso, Forte, Guerreiro. Sua farda estava cheia de condecorações.

 

b) Honra política – "Era grande homem diante do seu senhor".

·      Ocupava o primeiro escalão do governo.

·      Era o braço direito do rei.

·      O homem de maior prestígio no palácio.

·      O homem forte da Síria.

·      O responsável pelas vitórias militares e a mais estrela do seu país.

 

c) Honra popular – "E de muito conceito".

·      Ele era um herói nacional. Seu nome ocupava as manchetes dos jornais de Damasco. Ele o grande ídolo da nação. Era aplaudido nas praças, era um homem admirado, amado. Seu nome era tema de canções populares. Estava no topo da fama e da glória pessoa. Ele era um vitorioso. Seu caminho era pontilhado de sucesso atingiu o mais alto grau na carreira militar. O povo o tinha em alta conta.

 

2.      Naamã, um homem abençoado – v. 1

"... porque por ele o Senhor dera vitória a Síria".

·      Naamã era um idólatra, mas Deus já o abençoava. O próprio Deus que ele não conhecia o abençoava em suas esplêndidas vitórias. Suas conquistas militares eram obra da providência divina. Deus já estava trabalhando na vida desse homem ainda que ele não soubesse disso.

 

I. UM GRANDE SOFRIMENTO – V. 1 • "... Porém, leproso".

·      Naamã tinha sucesso público, mas fracasso pessoal. Era um vencedor, um herói, um grande homem em público, mas no recesso do seu lar, na intimidade, quando tira a armadura era um leproso.

·      Naamã era um herói de guerra lá fora, mas dentro de casa era um leproso. No recesso do lar, não podia abraçar sua esposa nem colocar seus filhos no colo. Lá fora um vencedor, em casa um doente derrotado.

CONTEXTUALIZAR

·      Talvez esse seja o retrato da vida de muitos cristãos também: Pessoas também vencedoras em seus trabalhos, estudos, em suas empresas. São reconhecidos. Tem diplomas, sucesso financeiro. São amados e prestigiados. Passou em todas as provas e concursos, mas possuem uma lepra dentro de seus corações. Essa lepra não é física, e sim espiritual.

·      Talvez esta é sua situação. Tem fama de um homem de Deus, piedoso, de uma mulher de oração, de um jovem puro, mas dentro de seu lar, você é outra pessoa. Vive com máscara. Vive de aparência.

·      Na igreja tem cara de gente santa, mas dentro de casa, na rua você vive alimentando seu coração de impureza. Lá fora um herói, dentro de casa, um leproso.

 

A lepra tinha cinco efeitos na vida de uma pessoa naquela época e o mesmo efeito tem o pecado em nossas vidas hoje:

 

a) A lepra separa – O leproso tinha que ser tirado da família, da sociedade e jogado numa caverna ou numa aldeia de leprosos. O pecado separa você de Deus.

"EIS que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça." Is 59.1-2

 

b) A lepra insensibiliza – A lepra deixa a pessoa insensível. Assim é o pecado. Ele endurece, cauteriza, calcifica a alma.

"E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo a sensibilidade, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza." Ef 4.17-19

 

c) A lepra deforma – A lepra deixa marcas e deformidades. Ela mutila e deixa cicatrizes profundas. Assim é o pecado. Ele deixa marcas profundas na mente, na alma, no corpo.

"E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida." Gn 3.17

d) A lepra contamina – A lepra é contagiosa. O pecado também contamina. Ele pega. Fuja de más influências, de lugares perigosos.

"Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem." Mc 7.21-23

 

e) A lepra mata – A lepra era uma doença incurável. O pecado é uma doença mortal.

"Porque o salário do pecado é a morte," Rm 6.23

 

2. O SOFRIMENTO DA IMPOTÊNCIA FRENTE À SITUAÇÃO

a) A medicina tem limitações (v. 7) – A lepra era como a própria morte, só Deus podia reverter a situação. O rei de Israel rasgou suas roupas porque sabia que nenhum recurso da medicina podia reverter àquela situação.

 

b) O dinheiro tem limitação (v. 5) – O dinheiro não compra tudo. O seu dinheiro pode lhe comprar remédio, mas não saúde. Pode lhe comprar uma casa nova, mas não um lar. Pode lhe dar conforto, mas não felicidade.

 

c) A política tem limitações (v. 5,7) – O poder político não resolve todos os problemas. O rei da Síria pensou que podia resolver o problema da lepra com uma canetada. A agenda de Deus não está nas mãos dos poderosos.

 

II. UM GRANDE TESTEMUNHO

Esse homem foi impactado pelo testemunho de uma menina, as palavras daquela menina mudou a vida daquele grande comandante, a menina escrava foi usada por Deus para a salvação do homem mais poderoso da Síria – v. 2,3

"E disse esta à sua senhora: Antes o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra." VS 3

Queridos Deus ama a todos, os poderosos, os reis, os ricos, os generais, os imperadores, os que estão no trono com o cetro do poder nas mãos. Ele quer a salvação dessas pessoas. A bíblia diz que Naamã adorava o deus Hinon. Ele era um homem idólatra, pagão. Politicamente inimigo de Israel.

Se ele fosse evangelizado nos dias de hoje talvez fosse primeiro questionado e aderguido a mudar primeiro, essa seria a maneira de evangelizar de alguns cristãos religiosos, farisaicos talvez dissessem para ele:

1) Você precisa primeiro queimar suas imagens de Hinon;

2) Você precisa fazer uma oração de renúncia e rejeitar os pactos que você fez.

Essa menina escrava nos trás grande lições também essa noite o milagre de Deus começou quando essa menina escrava se colocou nas mãos de Deus para testemunhar.

Para isso, ele venceu três barreiras:

a) Barreira da distância – Ela estava desterrada, exilada em terra estrangeira, pagã, na casa de um idólatra, mas ali ela dá testemunho do seu Deus.

b) Barreira da discriminação – Aquela adolescente foi arrancada à força da casa de seus pais. Talvez seus pais haviam sido mortos ou eram escravos. Foi levada como coisa e não como pessoa. Era um objeto do seu patrão. Ela, porém, via-se a si mesma como uma embaixadora do céu.

 

c) Barreira da inimizade – Naamã era símbolo da maior ameaça para o seu povo. Mas ela era diferente de Jonas. Ela ama os próprios inimigos do seu povo e está pronta a abençoar a quem a humilhou.

Ainda que ela tinha sido tirada do convívio de seus familiares e levada como escrava para servir a um outro povo, não deixou que esse contexto de dor, de perda, de solidão apaga-se de sua memória o mandamento de Deus. O testemunho dela sobre o seu Deus que levou a Naamã acreditar a tal ponto de ele falar com o rei. O rei não podia ser incomodado com qualquer coisa com besteiras. A fé dessa menina foi muito maior do que a do próprio Rei de Israel que se desesperou e esqueceu do Profeta que representava o poder do Deus(7)

 

IlI. UM GRANDE EQUÍVOCO – V. 4-7

 

1. Pensar que Deus se submete à agenda dos poderosos – v. 5

·      Naamã vai ao rei de Damasco. Este o manda com uma comitiva ao rei de Israel. Pensa que as obras de Deus podem ser resolvidas com uma canetada por aqueles que estão empoleirados no poder.

·      Naamã tem grande prestígio político, mas é espiritualmente cego. Ela pensa que a fé é um negócio, um comércio. Ela pensa que a religião é uma questão de relações públicas e que a carta de um rei ao outro pode interferir na agenda de Deus.

·      Naamã pensa que a carta do rei a outro rei vai lhe abrir o caminho da cura. Mas Deus não se submete ao decreto dos poderosos. Ele é livre. O rei de Israel rasga as suas roupas. Só Deus pode curar. Só Deus pode salvar.

2. Pensar que as bênçãos de Deus podem ser compradas com dinheiro – v. 5,15,16

·      Naamã levou 350 Kg de prata, muito ouro e dez vestes festivais. Mas a graça de Deus não tem preço. A cura e a salvação não podem ser compradas com ouro ou prata. Eliseu não se impressionou com a riqueza da comitiva de Naamã. Depois que Naamã foi curado, ele não aceitou os presentes de Naamã. Salvação não é um negócio. A graça de Deus não é um produto. O evangelho não é uma mercadoria. A igreja não é uma empresa. O céu é de graça. As bênçãos de Deus não são vendidas. Os religiosos que comercializam o sagrado são filhos de Geazi e não discípulos de Eliseu.

 

3. Pensar que no Reino de Deus as glórias humanas podem nos colocar em posição especial – v. 9-12

·      Naamã esperou que Eliseu saísse ao seu encontro com reverência, colocando tapete vermelho para ele pisar. Ele queria ser honrado. Ele estava acostumado a ser estrela. Ele não queria descer do seu pedestal. Mas Eliseu nem saiu de casa para recebê-lo. Mandou-lhe um recado. Não o bajulou. Naamã ficou furioso ao não ser recebido com pompas.

 

IV. UM GRANDE MILAGRE

 

1. Realizado sem espalhafato, na simplicidade – V. 10

Eliseu não convoca um coral para recepcionar Naamã e sua comitiva. Não põe tapete vermelho. Não coloca outdoor na cidade anunciando o dia de um grande milagre. Não põe no jornal de Samaria a visita do general da Síria que seria curado de lepra. Eliseu não faz propaganda do sobrenatural. Ele não toma o lugar de Deus. Naamã queria trombetas, uma cerimônia com ritos e pompas. Para ele tinha que ter espetáculo. Estava preso a rituais e lugares. Naamã não consegue entender a simplicidade da graça de Deus. Novamente são seus servos que o colocam de volta na estrada da cura.

E a ajuda de Naamã vem de fontes inesperadas; fontes simples:

1) uma menina escrava;

2) um profeta hebreu;

3) um rio barrento;

4) uma ordem simples.

·   Aprendemos neste texto queridos irmãos é que muitas vezes não aceitamos as coisas simples, gostamos do complicado, esperamos as maravilhas, as coisas grandiosas de Deus e assim como Naamã nos indignamos com o simples e por conta disso perdemos no decorrer da caminhada de nossa vida a oportunidade de vivenciarmos muitos milagres em nossas vidas.

 

2. Realizado depois de se descer do pedestal do orgulho – V. 13

·      Naamã para ser curado tinha que descer do seu pedestal. Antes de curar a lepra de Naamã, Deus queria curar o orgulho de Naamã. Só os humildes possuirão o Reino de Deus. A lepra de Naamã não estava apenas na sua pele, mas também no seu coração. Não só por fora, mas também por dentro. Não só na sua carne, mas também no seu espírito.

·      Naamã tinha que depositar aos pés de Deus os seus títulos, seus diplomas, suas medalhas, seus troféus, suas insígnias, suas condecorações, suas façanhas e suas vitórias. A lepra apodrecia a carne de Naamã, ma não amolecia o seu coração. Por isso, ele precisa primeiro ser curado do seu orgulho.

·      Infelizmente tem muita gente, muito cristãos não recebendo os milagres de Deus em sua vida por conta da soberba do orgulho. Se acham mais do que realmente são. Em Cristo irmãos todos somos iguais. Todos os nossos troféus não passam de escória. "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo... pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo" Fp 3.7-8

 

3. Realizado depois de se reconhecer a feiúra do pecado – v. 14

·   Quando Eliseu mandou Naamã mergulhar no Jordão sete vezes, ele estava dizendo que Naamã precisava tirar a armadura e mostra a sua lepra para todo mundo.

·   Aprendemos com o profeta que não podemos ser curados sem admitir publicamente nossa doença, nossa lepra. Você precisa se desnudar, tirar a máscara. Você precisa pôr um ponto final na sua vida dupla e admitir que você depende desesperadamente da graça de Deus. No Reino de Deus, os generais têm que se humilhar. O doutor tem que se arrepender. Os poderosos precisam se curvar.

 

4. Realizado depois de crer e obedecer ao que Deus manda – v. 14

·      Se Naamã não tivesse mergulhado 7 vezes no Jordão, teria voltado leproso para a Síria.  Não basta uma obediência parcial. Se ele tivesse mergulhado apenas 6 vezes, sairia do Jordão ainda leproso.

·      A fé obedece ao que Deus manda

 

V. UMA GRANDE SALVAÇÃO – V. 14-19

1. Naamã foi completamente purificado – v. 14

·      Ele sarou da sua lepra não porque a água do Jordão fosse milagrosa, mas porque se humilhou e obedeceu à Palavra de Deus. Sua carne ficou limpa. Sua pele restaurada. Também, quando você crê em Jesus, a sua cura é imediata.

Você pode voltar para casa limpo hoje. Você pode voltar curado, liberto, perdoado. Hoje Deus pode limpar a sua carne, a sua mente, o seu coração, as suas memórias. Hoje você pode ficar livre da sua lepra!

 

2. Naamã rendeu-se ao único Deus vivo e verdadeiro – v. 15

·          Naamã desiste de suas crenças pagãs. Ele abriu mão de suas convicções religiosas para render-se ao Deus todo poderoso. Não há salvação fora de Jesus. Você precisa se curvar diante do Senhor Jesus. Só há salvação nele. Só há perdão nele. Só ele é o caminho, a porta.

3. Naamã tomou a decisão de mudar radicalmente de vida – v. 17

·      Naamã tem uma experiência profunda de conversão. Sua vida é transformada. Hoje é tempo de você deixar os ídolos, o orgulho. Quem é convertido, demonstra gratidão. Quem é convertido, torna-se um adorador! Quem é convertido muda o ponto nevrálgico da vida – A maior lepra de Naamã era o orgulho (v. 11,12). Agora, ele revela humildade (v. 17).

 

CONCLUSÃO

• Naamã chegou leproso e voltou curado.

• Naamã chegou perdido e voltou salvo.

• Naamã chegou idólatra e voltou adorando ao Deus vivo.

• Hoje, Deus quer fazer esse milagre em sua vida.


 

Nenhum comentário: